top of page

Justificativa e Referência

O acumulo de tecnologia - Vamos dar uma olhada em alguns números. Existem nesse exato instante mais de um bilhão de computadores ao redor do mundo. Duzentos milhões de televisores foram vendidos apenas em 2009. Oito milhões de unidades de GPS foram compradas em 2008. Cento e dez milhões de câmeras digitais foram vendidas em 2009. A Apple vendeu 20 milhões de iPods apenas no primeiro trimestre do mesmo ano.

 

Na verdade, de acordo com um relatório de novembro de 2010 pelo instituto de ciências políticas Demos e escrito por Elizabeth Grossman (uma jornalista especializada em questões ambientais e de ciências e autora do “High Tech Trash”), existem três bilhões de produtos eletrônicos atualmente em uso apenas nos EUA. Isto é um aumento de 50% desde 2007 – e uma taxa de retorno de 400 milhões ao ano.

 

Claramente, estes são números surpreendentes, e certamente mais provas – como se precisássemos – que nós vivemos em uma sociedade descartável. Antigamente, um objeto eletrônico como um rádio de mesa podia muito bem manter seu lugar na casa por décadas, pois, a evolução ocorria em um ritmo muito mais devagar. Levava algum tempo para construir um rádio, e mesmo então havia apenas algumas poucas opções para melhorar. No final das contas, simplesmente não havia muitos motivos realmente convincentes para um consumidor mudar para um modelo mais novo.

 

Compare rádios antigos com, digamos o mercado de televisões da última década. Primeiro, nós descartamos nossas TVs CRT pesadas e sugadoras de energia. (A tecnologia CRT, por sinal, é amplamente considerada como um dos piores impactos ambientais de todo o mundo de eletrônicos – cada tela guarda vários quilos de chumbo e grandes quantidades de materiais tóxicos como mercúrio, cádmio e arsênico.) Então nós seguimos com a maioria e aderimos às TVs de tela plana, mas logo depois descobrimos a felicidade de alta definição de verdade em1080p. Agora, para melhor ou pior, existem as 3DTV. Tudo isso em um período de dez anos.

 

Agora pense sobre o tempo que você mantém qualquer um de seus aparelhos eletrônicos modernos antes de passa-los adiante, ou porque eles estão quebrados ou mais provavelmente porque eles foram substituídos por algo mais rápido/melhor. Tome o iPad como exemplo.

 

Entre o lançamento do modelo original e o lançamento do seu sucessor, passou-se apenas um ano. A Apple vendeu 15 milhões do iPad original. Em um estudo de 2005, encomendado pela HP feito pela empresa de pesquisa de mercado Penn Schoen Berland, foi dito que 68% dos consumidores acumulam equipamentos de computador usados e indesejados em suas casas.

 

Em um estudo de 2005, encomendado pela HP feito pela empresa de pesquisa de mercado Penn Schoen Berland, foi dito que 68% dos consumidores acumulam equipamentos de computador usados e indesejados em suas casas.

 

O Brasil é o mercado emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano. O alerta é da ONU, lançou seu primeiro relatório sobre o tema e advertiu que o Brasil não tem nem estratégia para lidar com o fenômeno, e o tema sequer é prioridade para a indústria. O Brasil é também o país emergente que mais toneladas de geladeiras abandonadas a cada ano por pessoa e um dos líderes em descartar celulares, TVs e impressoras. 

 

O estudo foi realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), diante da constatação de que o crescimento dos países emergentes de fato gerou maior consumo doméstico, com uma classe média cada vez mais forte e estabilidade econômica para garantir empréstimos para a compra de eletroeletrônicos. Mas, junto com isso, veio à geração sem precedente de lixo. 

 

Mas o que a ONU alerta agora é para a explosão do fenômeno nos emergentes e a falta de capacidade para lidar com esse material, muitas vezes perigoso. Para Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma, Brasil, México, Índia e China serão os países mais afetados pelo lixo, enfrentando "crescentes danos ambientais e problemas de saúde pública". 

 

Em meio a críticas ao Brasil, por não contar com dados sobre o assunto, a ONU optou por fazer sua própria estimativa. O resultado foi preocupante. Por ano, o Brasil abandona 96,8 mil toneladas métricas de PCs. O volume só é inferior ao o da China com 300 mil toneladas. Mas, per capita, o Brasil é o líder. Por ano, cada brasileiro descarta o equivalente a meio quilo desse lixo eletrônico. Na China, com uma população bem maior, a taxa per capita é de 0,23 quilo, contra 0,1 quilo na Índia. 

bottom of page